Operação da PF mira deputado Ramagem e policiais federais por grampos ilegais na Abin
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e agentes da Polícia Federal são alvos de uma operação da PF deflagrada na manhã desta quinta (24) contra um grupo que, segundo as investigações, atuava dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.
A operação Vigilância Aproximada é um desdobramento da ação Última Milha, desencadeada em outubro do ano passado para apurar o uso de ferramentas de geolocalização de celulares e tablets para monitorar políticos, juízes, entre outras pessoas, sem autorização judicial.
O gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados e o apartamento funcional dele são alvos de buscas da PF. A Gazeta do Povo tenta contato com o deputado e com a Abin para comentar a nova investigação.
Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi o diretor-geral da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele também já atuou como delegado da Polícia Federal. Ramagem é pré-candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.
Ao todo são cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro.
"As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época [da operação Última Milha] indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal", disse a corporação em nota.
Na época, a PF prendeu dois servidores da Abin e afastou o "número 3" da agência, Paulo Maurício Fortunato Pinto, por envolvimento no esquema de rastreio irregular de celulares.
A investigação apontou que o monitoramento era feito através de um software israelense chamado FirstMile comprado pelo governo e que utilizava dados de GPS para monitorar irregularmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes.
O programa foi adquirido no final da gestão de Michel Temer (MDB) em 2018 e utilizado até parte do terceiro ano do governo Bolsonaro. Na época da operação Última Milha, a Abin informou que o contrato para uso do software foi encerrado em maio de 2021 e "não está mais em uso".
A agência informou, ainda, que instaurou um procedimento para apurar o caso e que atendeu a todas as solicitações feitas pela PF e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Informações da Gazeta do Povo / Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil
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