06 de Junho de 2025

Apoio do PDT a Jerônimo é dado como certo, mas Prates tenta reverter com Lupi; Ana Paula, Penalva e vereadores podem deixar partido

A volta do PDT para a base do governo é dada como favas contadas, tanto no Palácio de Ondina quanto no Thomé de Souza. Embora o deputado federal e presidente estadual da legenda, Félix Mendonça Júnior, aponte "falta de unanimidade" entre os seus correligionários, aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmam que a reunião com o ministro da Previdência e comandante nacional pedetista, Carlos Lupi, na sexta-feira da próxima semana (2), será apenas para formalizar e anunciar o acordo.

Nos bastidores, o Blog do Vila apurou que o deputado federal Leo Prates tem se articulado para tentar convencer o ministro a manter o posicionamento atual – apoio ao presidente Lula, em Brasília, e oposição ao PT na Bahia. O parlamentar estará nesta quarta (23) com Lupi e vai argumentar que, desde a aliança formada com o grupo do ex-prefeito ACM Neto, a legenda cresceu no estado e o seu próprio mandato é um dos mais destacados entre os 17 pedetistas na Câmara. Além disso, para o próximo pleito, Neto e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, garantiram apoiar a chapa proporcional do partido para eleger três deputados federais.

Caso a primeira estratégia de Prates não dê certo – o que é esperado, pois Lupi estaria convencido a apoiar Jerônimo – a segunda é permanecer na agremiação até o final da janela partidária, que será aberta em março de 2026, sob o pretexto de que o PDT tem histórico de liberação. O precedente mais recente aconteceu em 2022, quando, apesar do alinhamento da sigla com Neto, os ex-prefeitos de Araci, Silva Neto, e de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, decidiram marchar com os petistas. "O problema é que Leo Prates é tratado como uma estrela pela direção nacional, mas um favelado na Bahia", ironizou um congressista.

Ao contrário de Leo, que tentará forçar a permanência até o limite, a situação do deputado estadual Émerson Penalva e, principalmente, da vice-prefeita Ana Paula Matos e dos vereadores Anderson Ninho, Débora Santana, Omarzinho Gordilho e Roberta Caires é mais complicada. Por óbvio, em uníssono, todos são favoráveis à permanência na oposição estadual e aliança com Bruno e Neto. Caso realmente a união entre PT e PDT seja reativada, o que se diz é que todos eles serão "obrigados" a buscar uma nova morada.

Uma fonte ouvida pelo blog assegurou que, apesar de a proposta de Neto ser atraente, sobretudo no que tange à eleição de deputados federais, o principal ponto para Félix topar voltar aos braços do PT não foi a rusga com a perda da hoje prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis, para o União Brasil, mas sim o fato de a sua própria reeleição estar em risco. Nos últimos anos, o parlamentar tem perdido uma média de 20 mil votos por disputa – saiu de 148.867, em 2010, para 130.583, em 2014, 91.913, em 2018, e 71.774, em 2022, quando ficou à frente apenas do 39º e último eleito, Raimundo Costa (Podemos).

O que ainda é uma incógnita são as garantias dadas pelo governo ao presidente estadual do PDT, a fim de evitar o seu fracasso e o encolhimento da legenda na Bahia. Perguntado sobre o assunto, o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, resumiu: "Não oferecemos nada. Estamos conversando com o PDT em um alinhamento nacional e estadual". Sabe-se que a costura com Lupi contou com a participação direta do seu colega, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Apesar disso, um integrante da executiva nacional pedetista salientou que o acordo a ser anunciado é "para agora", pois não garante apoio automático à campanha presidencial do PT, muito menos a nenhum postulante a governador em 2026. "Com a deterioração atual do governo Lula, se deteriorar muito em 2026, o PDT não vai", cravou.

Atualmente, o PDT possui dois federais – Prates e Félix – e um estadual, Penalva, além de nove prefeitos. À época em que era base do PT, fez 13 prefeitos, em 2020, dois federais e três estaduais, em 2018.


Informações do Blog doo Vila / Foto: Divulgação

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